Entre os dias 6 e 8 de novembro, Belém (PA) sediou a segunda edição da Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias, realizada no Hangar Centro de Convenções. O evento, organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), foi inaugurado pelo diretor-presidente Raul Jungmann, que destacou a importância de um novo modelo econômico que promova o desenvolvimento sustentável da Amazônia, aliando preservação ambiental e crescimento socioeconômico. “As soluções para preservar e desenvolver a Amazônia são essenciais não apenas para o Brasil, mas para toda a humanidade”, afirmou Jungmann.
Com curadoria da ex-ministra do Meio Ambiente e membro do Conselho Econômico e Social da ONU, Izabella Teixeira, a conferência é considerada um dos eventos preparatórios mais importantes para a COP30. As discussões focaram na criação de uma agenda estratégica para impulsionar uma economia de baixo carbono e combater as desigualdades na região amazônica.
Palestras e Participações de Destaque
O evento contou com mais de 150 palestrantes de oito países, incluindo autoridades e especialistas de renome internacional. John Kerry, ex-secretário de Estado dos EUA e enviado especial para o Clima, participou de forma virtual e ressaltou a necessidade urgente de acelerar a transição energética global. “Estamos no caminho errado, e se não agirmos agora, os impactos serão catastróficos”, alertou Kerry, defendendo a criação de um mercado de carbono robusto como medida essencial para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
Ellen Johnson Sirleaf, ex-presidente da Libéria e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, também participou, enfatizando políticas inclusivas que respeitem os direitos das comunidades tradicionais da Amazônia. Outro destaque foi Laurence Tubiana, CEO da European Climate Foundation, que falou sobre as oportunidades da bioeconomia para transformar a região em um polo de inovação sustentável.
Temas Centrais e Debates
Durante os três dias de evento, os debates focaram em questões cruciais para o futuro da Amazônia:
Conservação e desmatamento zero: Painéis discutiram os desafios para alcançar o desmatamento zero até 2030, com ênfase em políticas públicas eficazes.
Combate ao garimpo ilegal: Raul Jungmann destacou o compromisso da indústria da mineração em se posicionar contra o garimpo ilegal, que prejudica o meio ambiente e as comunidades locais.
Transição energética e economia verde: A conferência abordou as oportunidades de transformar a Amazônia em um centro de novas economias, como a biotecnologia e a exploração sustentável de recursos naturais.
Vozes das Comunidades Locais
A inclusão de lideranças indígenas, quilombolas e ribeirinhas foi um dos marcos da conferência. Representantes dessas comunidades trouxeram suas perspectivas sobre a preservação dos seus territórios e a necessidade de serem incluídos nas decisões sobre o futuro da Amazônia. Os participantes destacaram que qualquer estratégia para a região deve incluir a proteção dos direitos e do modo de vida dessas populações.
Encerramento com Visão de Futuro
O encerramento, marcado para hoje, conta com um painel moderado pelo jornalista Zeca Camargo, que incluirá debates com a escritora indígena Trudruá Dorrico e o autor português Valter Hugo Mãe. As discussões finais enfatizarão a necessidade de um novo modelo econômico que seja sustentável, inclusivo e capaz de enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
As conclusões da conferência serão compiladas em um documento estratégico a ser enviado à ONU, contribuindo para os debates da COP30, que será realizada no Brasil em 2025. A expectativa é que as propostas discutidas em Belém influenciem as políticas globais para promover um desenvolvimento mais justo e sustentável.
Apoio e Parcerias Estratégicas
A conferência foi organizada pelo IBRAM em parceria com o Governo do Pará e contou com patrocínios de grandes empresas como Vale, BHP, Hydro e Itaú. A Latam foi a companhia aérea oficial do evento. O apoio de diversos setores empresariais reforça o compromisso de integrar a sustentabilidade às suas operações, promovendo uma economia verde na região amazônica.
Com um público expressivo e uma programação diversificada, a Conferência Internacional Amazônia e Novas Economias reafirmou Belém como um centro estratégico para discussões sobre sustentabilidade, inovação e o futuro da Amazônia. O evento encerra hoje com um legado de propostas e compromissos para um futuro mais sustentável e inclusivo.