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Wesley Oliveira

Mestre em Economia (UFPA, 2011), graduado em Ciências Econômicas (UFPA, 2009). Analista de dados e consultor em planejamento governamental, tendo prestado serviços em prefeituras, na Câmara dos Deputados e em alguns ministérios, como o da Justiça, o da Cultura, além da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Também prestou consultoria para a SUDAM e atuou como Assistente de Pesquisa da Assessoria Técnica da Presidência do IPEA e como professor universitário na UNIFESSPA. CEO da ECONPLAN Consultoria Econômica e Planejamento

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Mestre em Economia (UFPA, 2011), graduado em Ciências Econômicas (UFPA, 2009). Analista de dados e consultor em planejamento governamental, tendo prestado serviços em prefeituras, na Câmara dos Deputados e em alguns ministérios, como o da Justiça, o da Cultura, além da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Também prestou consultoria para a SUDAM e atuou como Assistente de Pesquisa da Assessoria Técnica da Presidência do IPEA e como professor universitário na UNIFESSPA. CEO da ECONPLAN Consultoria Econômica e Planejamento

Explosão de CFEM em 2025: Parauapebas, Canaã e Marabá arrecadam quase meio bilhão no primeiro trimestre

Canaã dos Carajás, Parauapebas e Marabá, três importantes players da mineração estadual e nacional, arrecadaram juntos quase meio bilhão de reais com a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) apenas nos três primeiros meses de 2025. O total chega a impressionantes R$ 467,3 milhões, valor 4% superior a igual período de 2024.

Canaã dos Carajás lidera a lista com R$ 202,7 milhões, seguido de perto por Parauapebas, que arrecadou R$ 201,1 milhões no mesmo período. Marabá, por sua vez, somou R$ 63,5 milhões.

Os números reforçam o peso da mineração na economia regional. Canaã dos Carajás é atualmente a segunda maior economia do Pará e a terceira maior da região Norte do Brasil, segundo dados do IBGE referentes a 2021. Parauapebas é ainda mais expressivo: ocupa o topo do ranking como a maior economia do estado e a segunda maior da região Norte. Já Marabá é a quarta maior economia do Pará.

A CFEM é uma compensação financeira paga pelas empresas mineradoras pela exploração de recursos minerais. A arrecadação beneficia diretamente os municípios onde a atividade ocorre, representando uma importante fonte de receita para o orçamento público.

Esses recursos podem ser utilizados para ampliar investimentos em áreas como saúde, educação, mobilidade urbana e meio ambiente, desde que não sejam destinados ao pagamento de dívidas ou à folha de pagamento de pessoal, conforme determina a legislação vigente.

As projeções contidas na Lei Orçamentária Anual 2025 (LOA) de cada município, estimam que Canaã dos Carajás deverá receber R$ 900 milhões em CFEM, já Parauapebas deverá arrecadar R$ 756 milhões, enquanto Marabá tem estimativa de R$ 165 milhões. Se confirmadas, essas cifras somarão mais de R$ 1,8 bilhão no ano.

Parauapebas, inclusive, em legislação própria (Lei Municipal nº 4.926/2020) determinava que, no mínimo, 20% dos recursos oriundos da CFEM seriam destinados ao Programa Municipal de Investimentos (PMI), que foi executado e coordenado pela Secretaria Especial de Governo (SEGOV) por quatro anos.

É fundamental lembrar que a atividade mineral, embora hoje seja o principal motor dessas economias, é finita. Os recursos minerais, uma vez extraídos, não se renovam. Por isso, mais do que investir, é preciso investir bem. A CFEM deve ser encarada como uma oportunidade histórica de construir bases sólidas para um desenvolvimento sustentável e duradouro.

Direcionar esses recursos para políticas públicas que gerem inclusão produtiva, diversifiquem a economia local e melhorem os indicadores sociais é um caminho indispensável. Investir em educação, inovação, infraestrutura e em atividades que respeitem o meio ambiente pode preparar os municípios para o futuro — um futuro em que a prosperidade não dependa apenas da mineração.

A reflexão que se impõe é clara: como transformar a riqueza gerada pela mineração em um legado permanente para a população? A resposta está no planejamento, na responsabilidade e no compromisso com um desenvolvimento que dure além do minério.

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