O Brasil encerrou o mês de abril de 2025 com números positivos na balança comercial, conforme dados divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
As exportações somaram US$ 30,4 bilhões, enquanto as importações ficaram em US$ 22,3 bilhões, resultando em um superávit de US$ 8,1 bilhões. No acumulado do ano, o país já exportou US$ 107,3 bilhões, com um saldo positivo de US$ 17,7 bilhões. Os principais produtos que impulsionaram as vendas externas brasileiras no mês foram soja (US$ 5,9 bilhões), óleos brutos de petróleo (US$ 4,5 bilhões) e minérios de ferro (US$ 1,8 bilhão).
No cenário paraense, os resultados também mostram força, mas com nuances importantes. Em abril, o estado exportou US$ 2,1 bilhões, dos quais 42% vieram do minério de ferro. O saldo da balança comercial paraense foi de US$ 1,8 bilhão no mês, e de US$ 6,3 bilhões no acumulado de 2025.
Três municípios concentram a maior parte das exportações do Pará: Canaã dos Carajás, Parauapebas e Barcarena. Juntos, eles movimentaram mais de US$ 1,2 bilhão em abril. Canaã dos Carajás liderou com US$ 547,5 milhões, sendo o quinto maior exportador do Brasil no mês. Parauapebas aparece em segundo lugar no estado, com US$ 379,9 milhões, seguido de Barcarena, com US$ 312,1 milhões.
Considerando os quatro primeiros meses do ano, Canaã segue na frente com quase US$ 2 bilhões exportados, enquanto Barcarena já acumula US$ 1,41 bilhão e Parauapebas, US$ 1,37 bilhão.
Apesar da liderança, os dados revelam uma queda nas exportações de dois dos três municípios. Canaã exportou 10% a menos em relação ao mesmo período de 2024, e Parauapebas viu suas exportações caírem quase 30%. Na contramão, Barcarena teve um desempenho expressivo, com alta de 57% no comparativo anual.
Boa parte dessa movimentação está ligada ao minério de ferro, carro-chefe das exportações de Canaã e Parauapebas. A “terra prometida”, como é conhecida Canaã dos Carajás, exportou 14% a mais em volume do minério, mas com queda de quase 15% no valor arrecadado, reflexo da redução no preço internacional da commodity. Já Parauapebas registrou queda tanto na quantidade (-4,6%) quanto no valor (-28,9%) do minério vendido ao exterior.
Essa oscilação tem impactos diretos nas finanças municipais. Menores valores de exportação significam também menos royalties da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), o que impõe novos desafios aos gestores públicos na hora de planejar e executar os orçamentos das prefeituras.
Mesmo com os bons resultados no cenário nacional e estadual, o desempenho dos maiores exportadores do Pará mostra que acompanhar o comportamento das commodities é essencial para entender os rumos da economia regional. Em municípios fortemente dependentes da mineração, variações nos preços internacionais têm reflexos imediatos nas contas públicas e na capacidade de investimento local.