Ministério da Cultura e Sotreq apresentam “Mulheres Artistas” nas escolas de Canaã dos Carajás e Parauapebas

O espetáculo apresenta duas artistas brasileiras com reconhecimento mundial, trazendo protagonismo feminino, relacionando conteúdos de arte e história.

O espetáculo “Mulheres Artistas” realizará 26 apresentações gratuitas, no período de 9 a 24 de maio, iniciando por Canaã dos Carajás, seguido por Parauapebas. Apresentado pelo Ministério da Cultura e empresa Sotreq, com o apoio da Prefeitura Municipal de Canaã dos Carajás e Prefeitura Municipal de Parauapebas através de suas Secretarias Municipais de Educação.

A cada dia em uma escola da rede pública de ensino, com sessões pela manhã e à tarde, reunindo toda a comunidade escolar. A agenda terá apresentações abertas ao público: uma sessão no dia de estreia, na Casa da Cultura de Canaã dos Carajás, além de duas apresentações especiais para público PcD (Pessoa com Deficiência), sendo uma no Centro Viver e Conviver em Canaã dos Carajás e na APAE de Parauapebas, apresentações abertas à comunidade. 

Continua depois da publicidade

“Vamos contar a história de duas mulheres brasileiras que têm suas obras expostas em grandes museus do Brasil e do mundo. É um espetáculo que fala da nossa identidade e valoriza o protagonismo feminino. Levar o teatro para as escolas da rede pública é investir na formação de novos públicos e na democracia, como canta Milton Nascimento em Bailes da vida, ‘Todo artista tem que ir onde o povo está’”, diz a roteirista Daniela Chindler, que recebeu em 2012 o prêmio na categoria de Melhor Livro Informativo do Ano, da Fundação Nacional do Livro Infantojuvenil, pelo título “Bibliotecas do mundo”.

O espetáculo começa com uma das representações artísticas femininas mais antigas que se tem notícia. Uma pequena escultura da idade da era Paleolítica, a Vênus de Willendorf. Depois o tempo passa e o roteiro questiona a presença da mulher na História da Arte, pois durante muito tempo o corpo feminino era representado nas esculturas, nas pinturas, preenchendo os museus, mas onde estavam as mulheres artistas? Vamos a essa resposta? Em cena: atrizes-cantoras, músicos, grandes adereços, bonecos para apresentar esse enredo.

A peça que está chegando no Sudeste do Pará traz vida e produção artística de duas artistas brasileiras de grande visibilidade: Rosana Paulino e Adriana Varejão.

Rosana Paulino

Próximo à casa da avó de Rosana Paulino, em São Paulo, havia uma fábrica de adereços de Carnaval e, na adolescência, a menina Rosana assistia às escolas de samba na companhia de uma tia e de suas irmãs. Na década de 1980, uma dessas apresentações marcou bastante a artista: o último desfile da Mocidade Alegre, que trouxe uma ala sobre a cultura afro, dedicada a artistas negros como Heitor dos Prazeres. “Pela primeira vez eu vi a figura do negro retratada de maneira digna dentro da História. E eu me dei conta de que a arte negra existia porque, até então, no meu universo de criança, havia somente o que vinha da Europa, ou alguém como Portinari, no Brasil.”, recorda-se. “Então, foi uma experiência estética e política muito importante, para a construção de minha identidade.”

A ancestralidade está no cerne da produção de Rosana Paulino. A artista aprendeu com a mãe a costurar, habilidade que levou para seus trabalhos como a obra “Parede da memória” (1994), onde aparecem fotografias de familiares da artista, impressas em patuás, amuletos de religiões de matriz africana e no trabalho “Bastidores” (1997), em que retrata figuras femininas com linhas bordadas como suturas que representam o silenciamento delas na sociedade. Rosana Paulino, vive e trabalha em São Paulo, sua obra questiona a história da violência racial no Brasil.


Adriana Varejão 

Nasceu em 1964, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Nos anos 1980, entrou para a faculdade de engenharia, mas logo “se viu na pintura” e trocou de área para se dedicar à arte. Pintora por excelência, transita também por outras mídias como fotografia, gravura, instalação, desenho.

Seu trabalho inicial era cercado pela teatralidade do Barroco, anjos, santos e azulejos surgiam em telas espessas, repletas de curvas. Nos anos 1990, começou a repensar a história, criando novas narrativas, novos sentidos visuais a mapas, paisagens e interiores do passado colonial brasileiro. Os tradicionais azulejos portugueses estavam em sua obra em várias experimentações como erupções na superfície em massas de tinta com aparência de carne. Em quase 40 anos de carreira, a obra foi se desdobrando, ganhando territórios, museus no Brasil e exterior como Instituto Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais; Museu de Arte de São Paulo (MASP); TATE (Londres); Fondation Cartier pour lárt contemporain (Paris), Fundación la Caixa (Barcelona); Stedelijk Museum (Amsterdam); The Metropolitan Museum; Solomon R. Guggenheim (Nova York); Hara Museum, Tóquio (Japão).


O espetáculo

Em cena três atrizes cantoras: Jess Araújo, Nicole Pinheiro e Sofia Fried. Completa o elenco, o ator e músico Gabriel Sant’Anna, fechando o time com a participação de dois músicos locais, o cantor e violonista Alex Santti e o percussionista Peixe Vibe.

“Mulheres Artistas” tem texto de Daniela Chindler, direção e trilha sonora original de Guilherme Miranda e produção de Flavia Rocha. As apresentações serão realizadas de forma gratuita, a classificação é livre e com intérprete de libras. 

“Mulheres Artistas” dá continuidade a uma série de ações culturais que vêm sendo desenvolvidas com a coordenação de Daniela Chindler. O espetáculo teatral “Ô abre a roda!” teve 3 temporadas: em 2022 com 19 apresentações, o espetáculo passou pelas cidades de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá.  Em agosto de 2023 esteve nas cidades de Parauapebas, Curionópolis, Eldorado do Carajás e Marabá. E em abril de 2024 em Canaã dos Carajás. 

Ficha Técnica

Roteiro: Daniela Chindler e Guilherme Miranda

Direção, direção musical e músicas originais: Guilherme Miranda

Elenco: Gabriel Sant’Anna, Jess Araújo, Nicole Pinheiro e Sofia Fried. 

Violão e voz: Alex Santti 

Percussão: Peixe Vibe

Desenho Figurinos e Adereços: Flavia Rocha

Figurinos Costura: Eliane Borges

Bonecos: Alyne Rocha

Adereços em tecido: Angela Loesch e Rita de Cássia

Coordenação de Produção: Daniela Chindler e Flavia Rocha

Assistente de Produção: Christiano Cerqueira

Sobre a curadora do projeto 

A curadoria do projeto fica a cargo da escritora e produtora cultural Daniela Chindler, que tem em sua trajetória outras ações realizadas no Norte do país. Daniela foi curadora da programação infantojuvenil da 1ª Bienal do Livro Amazonas, no ano de 2012, é autora do livro “Causos de bichos e de gentes – Histórias do Norte do Mato Grosso” e do espetáculo homônimo que circulou pela cidade de SINOP e municípios vizinhos em 2018.

Produtora cultural Daniela Chindler

Foi curadora das ações educativas da exposição “Amazônia – Ciclos da Modernidade”, apresentada no CCBB RJ, em 2021 e pesquisou histórias de imigrantes judeus que vieram para a região durante o Ciclo da Borracha. Em 2023, pesquisou e redigiu “Histórias da minha terra”, um livro infantojuvenil com causos recolhidos em Canaã dos Carajás. Autora do espetáculo “Ô abre a roda!” que realizou três temporadas no Sudeste do Pará, percorrendo os municípios de: Parauapebas, Canaã dos Carajás, Marabá, Curionópolis e Eldorado do Carajás.

Guilherme Miranda assina a direção cênica, musical e trilha sonora do espetáculo. A música tem papel fundamental em sua prática artística, atuando, cantando e tocando em vários espetáculos musicais. Trabalha com direção artística e musical, assim como composições originais em espetáculos para o projeto Roda gigante, Roda de palhaço (no qual é  também coordenador), na Companhia Teatro Portátil e, em parceria com Daniela Chindler. Também compôs a trilha do espetáculo Bibliotecas do Mundo e das séries educativas:  Quando a Máquina Pensa (Canal Futura) e Histórias que Trazemos na Mala (Canal Futura e Youtube do Museu Judaico de São Paulo).

Agenda de apresentações

Canaã dos Carajás

  • 09/05/2025 – Sexta-feira, 10h e 13h30 

EMEB Benedita Torres – Av. Minas Gerais, S/N, Novo Brasil, Canaã dos Carajás, Pará

  • 09/05/2025 – Sexta-feira, 19h

Casa da Cultura de Canaã dos Carajás – Rua das Esmeraldas, Nº 141, Nova Canaã II, Canaã dos Carajás, Pará,

  • 10/05/2025 – Sábado, 9h

CAEE Viver e Conviver Rodrigo Barbosa da Silva – Rua Rubem Braga, Qd.11, Park Carajás, Canaã dos Carajás, Pará,

  • 12/05/2025 – Segunda-feira, 10h e 14h

EMEB Sebastião Agripino da Silva – Rua Sandro Moretet, Nº 266, Novo Horizonte II, Canaã dos Carajás 

  • 13/05/2025 – Terça-feira, 10h e 14h

EMEB Teotônio Vilela – Endereço: VP. 20 Qd. 44, Lt 01, Zona Rural, Canaã dos Carajás

  • 14/05/2025 – Quarta-feira, 10h e 14h

EMEB Maria de Lourdes Rocha Rodrigues – Rua Teotônio Vilela 285, Esplanada, Canaã dos Carajás 

  • 15/05/2025 – Quinta-feira, 10h, 14h e 19h

EMEB José de Deus – Rua José Andrade, nº10, Vale Dourado, Canaã dos Carajás

  • 16/05/2025 – Sexta-feira, 10h e 14h

EMEB Tancredo de Almeida Neves – Rua Teotônio Vilela, Nº 28, Centro, Canaã dos Carajás 

Parauapebas

  • 19/05/2025 – Segunda-feira,10h e 14h

EMEF Dorothy Stang – Avenida B, Qd 285, Lote 10, Cidade Jardim, Parauapebas.

  • 20/05/2025 – Terça-feira, 10h e 14h

EMEF Fernando Pessoa – Rua 35, S/N, Quadra Especial, Bairro dos Minérios, Parauapebas.

  • 21/05/2025 – Quarta-feira, 10h e 14h

EMEF Professor Marcelo Rimé Vitalino – Avenida U com Avenida Buriti, Quadra 400, Lote 03 a 07. Cidade Jardim, Parauapebas.

  • 22/05/2025 – Quinta-feira, 10h e 14h

EMEF Terezinha de Jesus – Avenida J, Quadra Especial, S/N, Cidade Jardim, Parauapebas.

  • 23/05/2025 – Sexta-feira, 10h e 14h

EMEF Carlos Drummond de Andrade – Rua Santa Rita, nº71, Rio Verde, Parauapebas.

  • 24/05/2025 – Sábado, 9h

APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Parauapebas – Rua L, nº 187, Bairro União, Parauapebas.

Texto: Deca Reis

Deixe o seu comentário

Posts relacionados

plugins premium WordPress