MST encerra interdição da Ferrovia Carajás após 30 horas de bloqueio em Parauapebas

A interdição da ferrovia, iniciada na madrugada de quinta-feira (22/05), fez parte de uma ação coordenada dos Trabalhadores Sem Terra que também incluiu a ocupação do Projeto Cristalino, em Canaã dos Carajás.

A Estrada de Ferro Carajás (EFC), em Parauapebas, foi desocupada na tarde desta sexta-feira (23/05), após mais de 30 horas de interdição por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Pará. A Vale, operadora da ferrovia, informou que obteve uma liminar de reintegração de posse e, após inspeções e manutenções de segurança, a via foi liberada no início da noite. O Trem de Passageiros deverá retomar suas viagens neste sábado, partindo de São Luís (MA) com destino a Parauapebas.

A interdição da ferrovia, iniciada às 5h da manhã de quinta-feira (22/05) no KM 08 da Estrada Três Voltas, fez parte de uma ação coordenada do MST que também incluiu a ocupação do Projeto Cristalino, em Canaã dos Carajás. O movimento mobilizou mais de 6 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais na ferrovia e cerca de 800 famílias no Projeto Cristalino, em uma “Jornada de Lutas por Reforma Agrária Popular para enfrentar a crise ambiental”.

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O MST justificou as ações como um mecanismo de pressão pelo cumprimento de acordos firmados em dezembro do ano passado com a Vale e o Governo Federal, que, segundo o movimento, não foram honrados. As famílias Sem Terra da região de Carajás declararam estar “cansadas de esperar” e exigem respostas imediatas para suas demandas, após um período de trégua e prazos estabelecidos com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Vale. O movimento havia sinalizado que as mobilizações poderiam se estender.

A interdição da EFC impactou significativamente a circulação de trens, resultando no cancelamento de viagens para mais de 1,6 mil usuários do Trem de Passageiros que liga o Pará ao Maranhão. A Vale, em nota anterior, havia reforçado seu compromisso com um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado em abril deste ano com o Incra, visando ações de regularização fundiária e reforma agrária no Pará, mas esclareceu que este acordo não tinha relação direta com a manifestação atual.

Para os passageiros afetados, a Vale orienta que é possível remarcar o bilhete ou solicitar o reembolso do valor da passagem no prazo de até 30 dias, por meio do canal Alô Vale (0800 285 7000). A mineradora também havia afirmado que respeita o direito à manifestação pacífica, mas repudia atos que impeçam o direito de ir e vir e a segurança.

Com a desinterdição da ferrovia, as operações deverão ser normalizadas, mas o MST mantém a pressão para que as reivindicações pendentes sejam atendidas. Em vídeo divulgado nas redes sociais do Movimento, os Trabalhadores Rurais informaram que uma comissão foi à Brasília para se reunir com representantes da Vale e do Governo Federal.

A situação do Projeto Cristalino não teve atualização imediata sobre a desocupação.

Redação CKS Online

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