Projeto de verticalização da produção de manganês no Pará une mineração, indústria química e energia limpa

Com DNA verde, empreendimento da RMB quer transformar o Pará em polo estratégico e modelo industrial sustentável na produção de insumos usados em baterias, fertilizantes e ligas metálicas. Empresa pretende investir cerca de R$ 240 milhões nos próximos 5 anos no processo de verticalização.

Projeto de verticalização da produção de manganês no Pará promete posicionar o país como fornecedor estratégico de insumos essenciais para a transição energética e a segurança alimentar. Liderado pela Recursos Minerais do Brasil (RMB), o empreendimento localizado em Carajás, uma das maiores províncias minerais do mundo, entre os municípios de Marabá, Curionópolis e Eldorado dos Carajás, se destaca por adotar um modelo que vai da extração do minério à produção de compostos de alto valor agregado para atender o agronegócio e o mercado global de baterias.

Único projeto de manganês habilitado na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal, o empreendimento tem potencial de impulsionar a industrialização limpa na Amazônia, agregar valor ao manganês nacional, gerar empregos e renda numa região marcada pela exploração ilegal de minérios.

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“Nosso projeto será um divisor de águas para a mineração de manganês no país. Com a implantação da verticalização da produção, passaremos a produzir monóxido, sulfato e outros 20 produtos derivados do manganês”, explica Samuel Borges, presidente da empresa.

Borges conta que o processo de verticalização vai ampliar a vida útil da mina e aproveitar minérios de baixo teor, associados ao manganês como paládio, cobre, grafite, além de ouro. “A verticalização trará impactos diretos e positivos para o agronegócio, ao reduzir distâncias e custos logísticos para as indústrias de fertilizantes do país,” destaca.

Investimento em pesquisa e linhas integradas de produção

José Roberto, engenheiro de minas do projeto destaca que a empresa está investindo em pesquisa geológica para conhecer melhor as reservas existentes, além de tecnologia de concentração para obter manganês com maior teor para atender a verticalização que a empresa pretende implantar em sua mina do Pará.

A RMB planeja implantar três linhas industriais integradas, em um mesmo polo: a mina, planta de beneficiamento e a fábrica de transformação química, onde serão produzidos Monóxido de manganês, insumo para ligas metálicas como o aço-manganês, aplicado em turbinas eólicas e veículos elétricos. E sulfato de manganês bege, com pureza superior a 90%, voltado para fertilizantes e nutrição animal; e o sulfato de manganês branco, com pureza superior a 98%, utilizado na produção de baterias de íon-lítio.

Segundo a empresa, o processo contará com alta eficiência energética, automação avançada e controle total de qualidade. Os equipamentos serão fornecidos por empresas brasileiras e internacionais, e o projeto será apoiado por consultorias técnicas nas áreas de engenharia de processos, metalurgia e controle ambiental.

“Nós iremos produzir monóxido de manganês por um processo que economiza energia na etapa de secagem do minério. Em seguida, produziremos sulfato de manganês bege e branco.  O sulfato bege que utilizará uma tecnologia no estado sólido, que não gera efluente líquido ou resíduos sólidos. Esse produto é apropriado para a nutrição animal, fertilizantes e indústria metalúrgica, diz Albert Hartmann, químico do projeto. 

 Já o sulfato branco, comenta Hartmann, utilizará um processo químico que resultará em um produto de alta qualidade, que poderá ser utilizado para a produção de óxido de manganês eletrolítico, que é matéria-prima essencial para a produção de baterias de íon-lítio.  “Portanto, as tecnologias que nós empregaremos nesse processamento serão mais eficientes energeticamente”, explica Hartmann.

Aposta estratégica

O projeto foi estruturado para atender à demanda crescente por minerais críticos no contexto da transição energética. A RMB pretende inserir o Brasil nas cadeias globais de fornecimento de insumos para baterias, mobilidade elétrica e fertilizantes.

O monóxido de manganês é uma alternativa relevante frente à alta dependência global de cobalto e níquel. Com o avanço dos veículos elétricos e sistemas estacionários de armazenamento de energia, esse tipo de produto ganha cada vez mais espaço no mercado.

Além disso, a planta industrial deve fornecer matérias-primas para o agronegócio brasileiro, que hoje depende fortemente da importação de insumos.

Investimento de R$ 240 milhões

Com mina própria e acesso a infraestrutura logística, o projeto reúne fatores que sustentam sua viabilidade econômica. A empresa pretende investir cerca de R$ 240 milhões nos próximos 5 anos no processo de verticalização.

A estratégia de comercialização da RMB mira mercados que valorizam rastreabilidade, padrões ESG e fornecimento regional.  A empresa diz que o foco é construir um projeto estruturante, verde, com base científica, alinhado aos compromissos ambientais do Brasil.

Projeto combina o uso de energia renovável no processo industrial e o compromisso com práticas de economia circular para reduzir sua pegada de carbono.O empreendimento deve iniciar sua fase de verticalização, este ano, com a expectativa de gerar de cerca de 300 empregos diretos na fase industrial.

Fone: Comunicação RMB

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